Telêmaco Borba, cidade que vem se modificando constantemente e cresceu de 65 para aproximadamente 100 mil habitantes em apenas 5 anos, é até hoje reconhecida por ser um dos maiores polos industriais madeireiros do Paraná. Admirado por ter um baixo índice de desemprego, é também um município que acolhe uma grande diversidade de espécies de animais e plantas. E o que preocupa muitas pessoas é que essa diversidade está comprometida.
A ntureza intocável das margens do rio Tibagi, principal rio desta cidade, até então a maior extenção contínua preservada da mata ciliar e está prestes a ser submersa pelas águas da formação da barragem que irá acionar as turbinas de uma nova hidrelétrica.
A barragem da usina Mauá está sendo construída em concreto compacto com rolo, medindo 745 metros de comprimento e 85 metros de altura. O seu barramento permitirá a formação de um reservatório com quase 80 km de extensão e 84 km² de superfície.
Idealistas da obra certificaram que em 2011 o empreendimento estará concluído e terá potência de 361 megawatts – o que significa gerar energia para atender o consumo de, em média, 1 milhão de pessoas. A usina promete empregos e compensações financeiras pela utilização dos recursos hídricos, mas não justifica o impacto ambiental que causará.
São milhares de espécies literalmente afogados pela sede de poder do homem. Ambientalistas de um lado, administradores financeiros do outro, quem sairá perdendo, todos sabem.
Acordos resolvem muito, minimizam vários desastres, mas há uma certeza, o que a natureza levou milhares de anos para construir, o homem jamais conseguirá recuperar, e dinheiro nenhum irá compensar.
Michele Paola Querino
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